Assim sendo, não se intende que os seres humanos, em sentido de extrema proteção, condicionem a autonomia dos filhos. Inconscientemente estão a desprotegê-los do mundo. Em muitos casos, tornam-se crianças com poucas estratégias sociais, afetivas e até de comportamento, inadaptadas a novos contextos por falta de ferramentas que lhes permitam ultrapassar novos desafios e obstáculos diários.
Estas dificuldades são facilmente observáveis em meio escolar mesmo em pequenas tarefas. Por exemplo, são crianças que demonstram resistência e/ou dificuldades em descalçar ou calçar sapatos, em comer, em ir à casa de banho sozinhas, entre outros exemplos que, por menores que pareçam, geram constrangimento às próprias e estranheza às outras que conquistaram essas autonomias e as aplicam descontraidamente. Para essas crianças, à partida, a escola não será uma “zona de conforto”, consequentemente, poderão haver repercussões sociais, psicológicas e no seu desenvolvimento.
Recomendo que os pais enriqueçam os filhos com adequadas estratégias de resolução de situações do quotidiano, de autonomia e de confiança. Permitam que eles se vistam sozinhos mesmo que demorem tempo, que comam sozinhos, mesmo que sujem a roupa, que façam a sua higiene mesmo que não fique perfeita, que realizem tarefas e que assumam algumas responsabilidades. Provavelmente, as crianças terão mais sucesso na escola, sem tantas angústias e dificuldades de adaptação.
Textos de desenvolvimento infantil e promoção do sucesso escolar/2017 - Psicóloga Patrícia Fonseca
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