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A mostrar mensagens de setembro, 2017

Inventar

Inventar! É urgente inventar! Há uns anos atrás, eu inventava brincadeiras! Não só por ter poucos recursos económicos mas também porque havia "liberdade" e espaço para brincar na rua com os brinquedos disponíveis na altura. Quando não havia brinquedos, inventavam-se (lembro-me de despejar o líquido do limpa vidros para ter uma pistola de água). Na verdade fui feliz. Era uma paródia com os amigos da minha rua! Os tempos mudaram, e as tecnologias vieram acrescentar o seu contributo positivo, mas também a permanência das crianças em casa. Ainda existem os Legos, os pyalmobil, os pinipons, as barbies e outros bem mais evoluídos e aliciantes. Mas, pelo que assisto na minha experiência profissional, já existe tanta "coisa pronta" que dificulta a necessidade de inventar! Inventar estimula a criatividade, a inteligência, a satisfação e a alegria da premissa que "do pouco se faz muito"! Eu tive brinquedos que adorei, mas as minhas lembranças são das pe

O que seria de mim sem ti!

O que seria de mim sem ti A barriga da mãe cresce, assim como as inseguranças do que "está cá fora"! As crianças desejam um irmão para brincar, partilhar momentos e dividir emoções. Mas, desejam igualmente continuar a ter a atenção e amor previligiado dos seus pais. Surge uma ambiguidade emocional nas crianças que, normalmente, se refletem em comportamentos instáveis de chamadas de atenção. Em alguns casos, com queixas somáticas. Começam a ter dores (de barriga, de cabeça, indispostos, com irritabilidade, entre outros específicos a cada caso). Observei, ao longo dos anos, os mais diversos tipos de reações. Geralmente, à frente dos pais entram em conflito com irmão/irmã mais novo/a, mas sozinhos com os respectivos são meigos e atenciosos. É um misto de amor e ciúme. Para os adultos, pode ser entendido como uma "fase". Para a criança não será bem assim. Ainda em processo de reestruturação das suas emoções e personalidade, uma extrema insegurança ou uma alte

Podemos ser felizes na diferença!

Podemos ser felizes na diferença Como disse a querida Tânia Ribas de Oliveira, quando me entrevistou no programa Agora Nós, do dia 19 de Setembro, o livro veio alargar o apoio às crianças e suas famílias sem a barreira da "secretária" em ambiente de consultório.  Os mais pequenos poderão entender que, através da história do Martim, a diferença também pode ser feliz.  Não existem "casas" iguais. Existem pessoas que cuidam, que lhes dão afecto e amor, independentemente das circunstâncias.  Trabalho há 16 anos sob duas premissas: 1° - o que nos distingue enquanto profissionais é, sem dúvida, o que somos enquanto pessoas. A nossa experiência, sensibilidade e capacidade de criar confiança e empatia. Fundamental no trabalho com crianças.  2° - nada se conquista sozinho. O livro é exemplo disso. Foi com a colaboração de amigos e profissionais que se tornou possível. Assim como o trabalho com os mais pequenos. Sem o empenho e d

Faz o que digo, não o que faço!

Faz o que digo, não o que faço Muitas felicidades residem por detrás dos estereótipos sociais. Dentro de um gabinete, tenho o privilégio de conhecer os mais profundos e honestos sentimentos. Lá dentro, não existe crítica ou censura. As pessoas têm liberdade de espírito. Por breves momentos, além de mães, são também mulheres com necessidades e desejos que, no exterior, são socialmente antagónicos com os valores sociais ou familiares. Antes de ser mães, saiam à noite, jantavam com amigas, viajavam e conheciam novas pessoas. Como é óbvio, o papel de mãe tem condicionantes que devem ser compreendidos. As mulheres devem adaptar-se e serem felizes na sua responsabilidade. Contudo, algumas mães confessam-me que a sociedade limita a expansão para os outros papéis. Além de mães, são filhas, amigas, profissionais, amantes e mulheres com direito à sua individualidade. Observo que, por vezes, a sociedade (ou grupo social)  confunde-os, criticando as mães que, por exemplo,

Ser um pai amigo

Ser um pai amigo Ser um pai amigo é bem diferente de ser um amigo que é pai. Ser amigo é "cool", os miúdos riem-se à brava! Mas não é a melhor opção a longo prazo. Primeiro deve ser pai. Isso exige que o reconheça enquanto regulador de limites, de exemplo, de respeito e de amor paterno. É um amigo, sem dúvida, que lhe ensina o caminho, que lhe mostra sabedoria e que também brinca, ri e faz "macacadas". Ser um amigo é, de alguma forma, ser permissivo.  É construir uma relação mais "anárquica" e esperar que no futuro os limites da relação surgam por si só.´Um amigo pai, não costuma "ralhar". Geralmente brinca com os comportamentos de oposição dos filhos. Mais tarde, vai querer ser "pai", impor respeito e admiração. Não será fácil.    O papel de pai constrói-se desde cedo e não quando é confortável ou necessário. É uma responsabilidade de pertença. Os amigos são uma escolha individual. Cabe aos pais, serem uma base nas futuras am