Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2017

O tempo de cada um

O tempo de cada um A idade é um indicador e não um critério! Existem inúmeros estudos que definem idades para determinadas aquisições, que nos permitem conhecer e entender o desenvolvimento das nossas crianças. Mas, cada criança tem o seu ritmo e a sua forma tão característica de adquirir as suas capacidades. A estimulação é fundamental,  mas nada melhor que experimentar por ela própria o que a vida tem para oferecer. Costumo ouvir com frequência que determinada criança ainda não consegue falar, andar ou comer de forma autónoma comparativamente a outras. Como se todos os miúdos tivessem que aprender determinada competência em tempo exacto! A sociedade cria estereótipos e competições nas aquisições mas esquecem-se, muitas vezes, das emoções! Por exemplo, uma criança de 3 anos está com dificuldades em retirar as fraldas mas possui uma capacidade fantástica de afecto e de socialização!  Mas,  ainda assim, o mais importante continua a ser as fraldas! Mais grave ainda, é um miúdo com

A minha verdade

A minha verdade "Não vemos as coisas como são, vemos as coisas como somos". Tendencialmente seguimos padrões. Os nossos valores ou formas de pensar são (sempre) as "mais correctas". Defendo e acredito na minha conduta - e  o outro também, que é completamente diferente de mim. Eu estou certa e ele errado. E vice versa. A nossa família e o nosso grupo de pertença concordam (geralmente) com a nossa conduta. Obviamente. Por isso é que nos identificamos com eles (sempre de alguma forma). O lema que os opostos se atreem é um mito! Até as crianças escolhem os pares pelas brincadeiras que gostam em comum! Nós adultos, mesmo que consideremos que nos adaptamos a alguém diferente, a longo prazo constatamos que não funciona. Criamos falsas expectativas acerca do outro mediante o que somos ou pensamos. Pergunto-me... Qual é o problema de termos gostos opostos? Se de facto a diferença não prejudicar ninguém, porque a crítico? Se sou mais feliz na companhia de alguém

A distinção da diferença

A distinção da diferença Tudo o que destoa do considerado comum, a sociedade intitula como diferente. É diferente, principalmente, porque se vê! Compara-se e gera as mais diversas reações, opiniões e emoções.  Contudo, a diferença reside em todos nós. No que é visível aos olhos e no que está "incoberto".  Todos temos dificuldades, sejam físicas, emocionais, cognitivas ou relacionais. Quando valorizamos as "diferenças" dos outros, geralmente, minimizamos as nossas, mesmo que seja de forma inconsciente.  Não significa que, de facto, não existam dificuldades maiores que outras! Para haver equidade devem-se promover medidas diferentes para obter a igualdade de circunstâncias. Por exemplo, um aluno com dificuldades cognitivas beneficia de mais apoio para atingir o mesmo sucesso escolar do aluno que o atinge facilmente. Em doenças limitativas, obviamente, deve-se promover os apoios necessários para que obtenham circunstâncias idênticas aos outros, diminu

Filhos de amor

Filhos de amor O amor pelos filhos é incondicional. É, sem dúvida. Já partilharam comigo que, simplesmente por terem a sua "semente" já produz um efeito de amor e pertença extraordinário! Assisti a alguns testemunhos de pais ao verem a primeira ecografia dos seus filhos.  No entanto, tento sempre frisar aos pais que os filhos não são um prolongamento de si, são de facto pessoas que nasceram de si, mas são individuais e únicos, como todos nós.  Será este amor possível em filhos não biológicos? Claro que sim! O caso das adoções, dos companheiros que assumem as crianças como filhos, os filhos das pessoas amigas que adoramos e entre tantos outros exemplos.  Sei que a carga genética terá o seu contributo mas o amor transcende. Daí também a nossa capacidade de amar verdadeiramente fora da família de pertença.  Eu amo a minha sobrinha (na foto). Dava a vida por ela como daria pelo meu filho biológico. Claro que neste exemplo existe o factor da

As pessoas que se transformam em estrelas

As pessoas que se transformam em estrelas A morte é um tema muito difícil de transmitir às crianças. Não só pelo receio do seu sofrimento mas também pela dor, que nós adultos, também sentimos com a perda. Se para nós é doloroso, colocamos uma conotação mais elevada no que a criança poderá sentir. De facto, temos conhecimento e estratégias que os mais pequenos ainda não possuem. As crianças fantasiam, idealizam e criam cenários, numa simbiose entre o real e o imaginário. O mais comum é dizer que a pessoa amada foi para o céu. Em consulta, as crianças questionam-me: - Patrícia, como é que a minha avó não cai do céu?; - Como é que a minha prima consegue ver-nos se é uma estrela? As estrelas não têm olhos!; - Patrícia, se o meu pai está no céu, e é cuidado por Deus, como é que Deus consegue cuidar de tanta gente ao mesmo tempo?; - Estou muito preocupado Patrícia. Hoje está a chover. A minha irmã está no céu. Deve estar cheia de frio!. São alguns exemplos que, a maneir

Mãe tenho fome!

Mãe, tenho fome! Quando me diz isso, percebo que ele quer doces. Pergunto: "Queres fruta?"; responde: "Não, tenho fome!" (os avós habituam-no mal!). Durante o ano lectivo, observei os lanches que os miúdos traziam para a escola. Foi implementado por alguns professores "o lanche saudável". Quem mostrasse um lanche considerado saudável ganhava pontos. Uma forma lúdica de incentivar as crianças e os pais a criarem hábitos alimentares saudáveis aos filhos. No entanto, o conceito só era conseguido a metade. O leite vem acompanhado pelo pão com chocolate ou de bolos. A fruta não era opção (ou pelo menos da maioria). A alimentação é um hábito. Logicamente habituamo-nos mais facilmente ao que é doce e saciante. Se uma criança for habituada desde cedo a fazer uma alimentação variada, mais fácil se torna quebrar os maus hábitos. No entanto, temos que saber distinguir o que é capricho das crianças e o que realmente não gostam. Se os adultos selecion

Duas bicicletas iguais a uma

Duas bicicletas iguais a uma! Ir passear com os filhos é muito bom. Interagir com eles é muito melhor! Não sou mãe de ficar sentada a admirar as proezas do meu filho num jardim, por exemplo, a andar de bicicleta. Se assim fosse já seria bem bom. Mas quero melhor. Quero fazer corridas de bike, de trotinete ou de skate, quero jogar à bola, quero que ele sinta que pode contar comigo, inclusive nas brincadeiras. Duas bicicletas são iguais a uma! A uma manhã divertida, a uma volta competitiva, a uma experiência agradável! E ele pode, com legitimidade, dizer aos amigos que é mais rápido que a mãe, que me ensinou a andar se skate, que marcou 10 golos no jogo de futebol, e com toda a naturalidade do mundo! Lembro-me que tinha 18 anos quando fui, pela primeira vez, buscar o meu sobrinho à escola. Os outros miúdos olharam para mim, depois para ele e disseram... "tens uma tia tão nova!". E era. Hoje, 20 anos mais tarde, continuo a sentir-me nova. Não para parecer mas para vive

A família do coração

A família do coração! Costumo ouvir muitas vezes na consulta de psicologia que o grande apoio de muitas pessoas são os seus amigos...infelizmente, em muitos casos, os amigos estão mais disponíveis que a família...e sem julgamentos ou criticas! É a ligação do coração, aquela que escolhemos livremente! E, quando são dos bons, são o pilar da nossa vida. Tenho o privilégio de manter amigos de infância e de conter amigos mais recentes como irmãos, numa cumplicidade de alegria, de bem-estar e de dedicação reciproca. O melhor conceito de amizade que posso dar ao meu filho é permitir-lhe vivenciar isso! E com exemplos meus! Conhecendo, interagindo nesse ambiente harmonioso e feliz! Na reunião de pais na escola, uma das observações da professora foi que ele valorizava a amizade, sendo alegre, prestável e leal! Que excelente alicerce construí nele através do que eu e os meus amigos do coração lhe damos! No seu ciclo familiar ele incluí os amigos, sem os diferenciar (mostra foto abaix

Regras e disciplina, para que vos quero?

Regras e disciplina, para que vos quero? Muitos pais têm dificuldade em estabelecer as regras aos seus filhos. Devemos perceber qual é o limite, o que devemos permitir ou não às crianças. Em primeiro lugar, em condições normais, elas são enérgicas, alegres e vivem para o presente. Assim, devemos esperar que corram e saltem, que cantem e que falem alto, que riam, que chorem, que façam barulho a brincar e a inventar, que peçam coisas e que, por vezes, sejam desastradas. Por isso, mediante o contexto, devemos permitir que sejam crianças, com o tal limite que estipulamos e clarificamos desde o início – estabilidade ao longo do tempo. Por exemplo, se permito que os meus filhos cantem alto na rua porque me sinto contente, não devo proibi-los de fazerem o mesmo, no dia seguinte, porque estou cansada ou chateada. De igual forma devemos proceder com o limite que se impõe nas regras – isto é, deixo as crianças cantar mas já não permito que corram na rua, perto da estrada, porque é perigoso

O que um animal de estimação me ensinou...

O que um animal de estimação me ensinou... Há 15 anos atrás, recebi um menino de 6 anos na consulta de psicologia do hospital de Dona Estefânia. Não falava comigo. Aliás, essa era uma das razões do encaminhamento... Após mostrar-lhe inúmeros brinquedos, consegui motiva-lo a desenhar. Obtive 10 folhas com um rabisco de um animal, que desenhava a sorrir. Percebi pela mãe que era o seu animal de estimação, com quem tinha uma enorme cumplicidade. Após algumas consultas sem falar, propôs que trouxesse o tal porquinho da Índia à consulta. Nunca vou esquecer de tal experiência... Iniciei a terapia de uma forma original! Eu falava com o menino através do porquinho e ele, de forma pura e confiante, respondia-me como se fosse o animal a falar! A partir daí, a criança confiou em mim e as restantes consultas decorreram normalmente. Durante toda a minha infância tive cães. Lembro-me que, tal como o menino da consulta, desenvolvia uma relação de cumplicidade e de afecto com eles. O feedba

Proteção em demasia é "desproteção"!

Proteção em demasia é "desproteção"! Ao longo dos anos a observar e a apoiar famílias e crianças tenho concluído que, na maior parte dos casos, as crianças mais frágeis foram as mais protegidas pelos pais/família. Têm muitos medos, inseguranças, poucas estratégias de resolução de conflitos e fraca preparação para ultrapassar os desafios do quotidiano. Todas as espécies protegem as suas crias. É um sentimento inato e desenvolvido face à dependência e ao amor dos seres tão imaturos e frágeis. Mas a proteção é também desenvolver a autonomia. Por exemplo, os pássaros promovem que as suas crias voem, os felinos que aprendam a caçar e outros tantos exemplos que promovem a independência como forma de “proteção”, para se adaptarem ao meio e às dificuldades e, em último caso, como forma de sobrevivência. Assim sendo, não se intende que os seres humanos, em sentido de extrema proteção, condicionem a autonomia dos filhos. Inconscientemente estão a desprotegê-los do mundo.

Quero igual à tia!!!

Quero igual à tia!!!  Na foto, eu com a minha sobrinha! Submeti-me a uma sessão de maquilhagem feita por ela... Tudo isto porque queremos ficar bonitas! Não é que ela me veja muito maquilhada, mas inspira-se nos meus "truques de beleza", no que uso, nos meus penteados, pulseiras e afins.  Tal como ela, inúmeras crianças identificam-se com outros elementos da família ou amigos.  Ao longo do meu percurso profissional e pessoal, observei diversos "fascínios" das crianças, falando da tia, do tio, do avô, da avó, da prima ou de outra pessoa com orgulho e admiração!  É importante que a pessoa que a criança admira seja responsável pelo que lhe transmite e proporciona pois terá impacto no seu desenvolvimento emocional.  Do pouco que lhe damos é alegria na certa! Não existem formulas mágicas para essa conquista. Valorizar a criança nas suas vitórias, brincar e inventar é o caminho mais fácil! E não há nada de mal em ficar (esborratada) maquilhada! Uma em tantas

Coisas de pais e filhos!

Coisas de pais e filhos! Por toda a parte encontramos sugestões, conselhos, instruções para educar melhor e tornar as crianças mais saudáveis e felizes! Conselhos práticos e até ideias fantásticas!  E na prática, adequam-se às dinâmicas das famílias e das crianças? Serão esses conselhos adequados a todas as realidades? Cada família é única! Cada criança é diferente! Este blog pretende partilhar conceitos básicos e aplicáveis! A seu tempo, adequado a todas as famílias, que na sua diferença, querem ter momentos felizes!