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A fragilidade das opções



Dizem as "minhas" pessoas em consulta: 

- Temos que (constantemente) tomar opções. 

Muitas delas, focadas nos outros, nas circunstâncias e, às vezes, no que nos parece mais fácil ou na que recebemos mais apoio.

Raramente decidimos algo em que o caminho seja a solo. 

Abdicamos, adiamos e até desistimos de concretizar ou fazer coisas. Criamos ilusões e vivemos desilusões, mas tentamos manter-nos fiéis no caminho, cada vez mais estreito, que julgamos ser o melhor, mais lógico, mais correto e seguro. 

O que nós desejamos fica num passado onde as circunstâncias, o conformismo, a pressão social e até o medo não nos deixaram voltar a agarrar. 

Vivemos então de queixas e angústias,  atribuídas à má sorte. E assim continuamos, em dias mais ou menos bons, ocupados por obrigações ou rotinas que servem, na maioria das vezes, para nos esquercermos que podiamos ser e/ou fazer outras tantas coisas.  

Porque é que já não há tempo e condições para as realizar?

Porque voltamos a tomar as mesmas escolhas, as mesmas opções, sem sair da zona de conforto. Sem experimentar, arriscar coisas novas, mudar hábitos ou até enfrentar os nossos medos. O tempo passa...e escassa. E prega-nos partidas. Às vezes, irreversíveis.

Quanto tempo do vosso dia dedicam a vocês próprios?

 E quanto tempo a pensar ou fazer algo diferente, mesmo que seja uma coisa simples?

 E quantas vezes dizemos o que sentimos? 

Em cada dia, podemos optar por pequenas coisas ou atitudes, que são ENORMES, quando sumadas e partilhadas. Na maioria das vezes ao alcance de uma vontade. 

Que amanhã seja o dia! E todos os outros. 

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