O que um animal de estimação me ensinou...
Há 15 anos atrás, recebi um menino de 6 anos na consulta de psicologia do hospital de Dona Estefânia. Não falava comigo. Aliás, essa era uma das razões do encaminhamento... Após mostrar-lhe inúmeros brinquedos, consegui motiva-lo a desenhar. Obtive 10 folhas com um rabisco de um animal, que desenhava a sorrir. Percebi pela mãe que era o seu animal de estimação, com quem tinha uma enorme cumplicidade. Após algumas consultas sem falar, propôs que trouxesse o tal porquinho da Índia à consulta. Nunca vou esquecer de tal experiência... Iniciei a terapia de uma forma original! Eu falava com o menino através do porquinho e ele, de forma pura e confiante, respondia-me como se fosse o animal a falar! A partir daí, a criança confiou em mim e as restantes consultas decorreram normalmente.
Durante toda a minha infância tive cães. Lembro-me que, tal como o menino da consulta, desenvolvia uma relação de cumplicidade e de afecto com eles. O feedback era surpreendente. Senti-me acarinhada e protegida.
Atualmente, tenho uma cadela que adoptei na Abrigo Associação, na Azambuja. Verifico que causou um impacto positivo no desenvolvimento do meu filho e, essencialmente, tornou os nossos dias ainda mais felizes.
Como psicóloga, observo que os animais promovem competências muito importantes nas crianças. Elas adquirem mais consciência das necessidades do outro, do cuidar, dos afetos e ainda se divertem. Não é por acaso que as terapias com animais têm sucesso.
Para ter um animal doméstico é necessário dar-lhes condições adequadas. Caso não haja condições para ter um animal em casa, existem inúmeras atividades e passeios que promovem a relação das crianças com os animais! Será (certamente!) um dia muito bem passado!
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